ARTIGOS
Viver com HIV é possível mas não é fácil!
01/12/2018 às 00:35:08
Meus amigos: ♥
Neste sábado 1º de Dezembro de 2018 Dia Mundial de Combate a Aids, a fé em Deus e o desejo de Viver são motivações para prosseguir tendo HIV. Quando eu desanimo, lembro do meu filho, minha família, meus amigos e penso que tenho que lutar por eles. Em 2011 decidi participar de movimentos pela causa… a troca de experiências é sempre bom…
Para mim, o principal desafio de ser mulher e viver com HIV é conciliar essa “nova vida” além de lutar contra o preconceito, mesmo quando não estou bem. Mas estou de pé. Posso até cair de novo, mas só para me levantar mais uma vez. Hoje, eu falo por mim, por aquelas que já não podem falar, pelas que ainda não conseguem falar e por aquelas que sequer sabem que têm voz.Enfrento o desafio diário de viver com HIV e ser mulher: tem que tomar remédios todos os dias, combater a lipodistrofia (perda ou acúmulo de gordura no corpo) e ainda ficar bonita para o mundo. Mas nada disso me desanima.
Sou consciente de que ainda tenho muito a contribuir como mulher, amiga, mãe, filha, profissional e ativista. Viver com HIV foi só acrescentar um pouco mais de responsabilidade no dia a dia. Mas não deixo a peteca cair e nem deixo de ser mulher. Escolhi não sofrer e acho que estou me saindo muito bem nisso. É uma luta que abracei e uma missão de vida. Muita gente me pergunta: “Como viver com uma doença que não tem cura?” E eu sempre respondo que não podemos nos esquecer de que existem vários países onde as pessoas não tem acesso aos medicamentos. Ou seja, elas ainda vivem o que nós vivíamos há 20 anos no Brasil: uma doença sem perspectiva nenhuma. Sinceramente, eu não me preocupo muito com isso. Vire e mexe surge uma nova promessa de cura. Quando algo concreto for liberado, aí poderemos comemorar. Por ora, já está de bom tamanho poder encarar a AIDS como uma doença crônica, que tem tratamento.
Por fim, quero dizer à você que o HIV continua entre nós e, apesar de existir tratamento, é muito mais simples prevenir do que tomar vários comprimidos ao dia e ter que lidar com os efeitos colaterais. É fundamental conversar com os nossos parceiros sobre a questão do uso da camisinha. E quem fez sexo sem proteção deve fazer o exame do HIV. Essas medidas ajudam a repensar nosso comportamento. A cura tá bem aí…
*Silene Santos – Radialista/ Ativista da RNP CE em Juazeiro do Norte
(8 anos de Vivência com HIV)